A Confederação Brasileira de Futebol reconheceu os títulos dos clubes que foram campeões nacionais entre os anos de 1959 e 1970, o que gerou divisão e polêmica
Marco Enzo Lima Martins
Fonte: www.futebolnaveia.com.br
Em 11/08/20
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Confederação Brasileira de Futebol Imagem: futebolnaveia.com |
A discussão sobre a unificação dos títulos relativos ao Campeonato Brasileiro segue, apesar de parecer bem óbvia que a decisão que a CBF tomou é a mais justa. Os típicos argumentos contra a unificação são facilmente refutados e a história escancara a obrigação de reconhecermos campeonatos como a Taça Brasil, Taça de Prata e Robertão. Vamos desconstruir alguns preceitos sobre os torneios disputados entre 1959 a 1970? “Não contava com clubes de todos os estados, ou seja, não pode ser considerado um torneio nacional !” Verdade, mas com muitos asteriscos! Realmente não haviam clubes de todos os estados na disputa, entretanto a variedade era muito maior que hoje em dia.
Em 1959, na primeira edição da Taça Brasil, 16 dos 20 estados brasileiros da época foram representados. Por outro lado, em 2020 o Campeonato Brasileiro terá representação de 9 estados da nação (de 27 possíveis!). “As equipes eram mais fracas” Mentira. A maioria dos craques, com raras exceções, permaneciam jogando pelos clubes regionais durante toda a carreira. Dessa forma, o nível técnico dos elencos era muito mais equilibrado que atualmente e praticamente todos os campeões estaduais tinham condições de fazer um grande campeonato. “Não é possível dois títulos nacionais no mesmo ano!” Isso aconteceu recentemente e você nem lembra! Em 2001, ocorreu a final da Copa João Havelange, o campeonato brasileiro de 2000, na ocasião o Vasco foi campeão. Contudo, no mesmo ano, o Brasileirão teve nova edição e o Atlhetico se sagrou o campeão. Dessa forma, fica difícil questionar os dois títulos do Palmeiras em 1967. Ora, o clube foi vencedor das taças nacionais disputadas naquele ano e merece todos os méritos assim como os casos mais recentes.
Além de justiça, a CBF indica para a nova geração de fãs de futebol uma necessidade clara de valorizar os feitos realizados em um passado distante, algo importantíssimo. Logo, é bom analisarmos os fatores positivos de tal decisão e o motivo pelo qual jamais podemos voltar atrás nessa questão.
Valorização do Santos de Pelé
A equipe da baixada santista conquistou incríveis 6(seis) torneios, bem como diversos títulos internacionais que marcaram a história de um dos maiores times de todos os tempos. Tais feitos, jamais poderiam ficar menosprezados ou sem devido carinho das organizações do esporte. Enaltecer os torneios entre 59-70 significa reconhecer o peso das conquistas daquela equipe.
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Rei Pelé no Santos Imagem: bolavip.com |
Sentimento da época era de um campeonato nacional
Começando com a Taça de Prata, e posteriormente com a Taça Brasil e o Robertão, essas competições eram entendidas pela sociedade como o torneio de peso nacional. Os clubes e as torcidas comemoravam (com razão) os troféus obtidos dando absoluta relevância ao prêmio. Seria totalmente injusto rechaçar tais comemorações e a Confederação Brasileira de Futebol percebeu isso depois de muito tempo.
CBF atendeu o desejo da maioria
Em consultas aos principais clubes do Brasil antes de tomar a decisão final, a entidade percebeu que a maior parte era favorável a unificação das taças. Definitivamente uma atitude diferente da que foi tomada revoltaria numa insatisfação gigante e poderia ocasionar uma crise. Os clubes interessados em serem agraciados elaboraram um dossiê e este, por sua vez, conseguiu ganhar o apoio de diversos especialistas.